Um artista novo em idade e trabalho, mas que já mostrou um grande talento. Giovani Caramello é um artista que utiliza resina e silicone para suas modelagens hiper-realista, mas nem sempre foi por esse lado.
Artista de Santo André, São Paulo, iniciou seus trabalhos de maneira totalmente digital (modelagem 3D) mas foi na arte tradicional que se encontrou, na modelagem, especificamente.
Essa relação entre obra e vida que me fez escolher Caramello como objeto desse post. Hoje sou designer e professor de computação gráfica, atuando então em áreas intimamente ligadas com a que fez o artista se encontrar na modelagem. Gostaria muito de trilhar um caminho semelhante ao dele nas artes também.
Giovani Caramello tem apenas 25 anos e é considerado o único escultor hiper-realista brasileiro. Ganhou notoriedade quando a Folha de São Paulo fez uma matéria sobre sua exposição, o comparando com Ron Mueck, artista hiper-realista australiano, internacionalmente conhecido e que teve uma exposição recente na Bienal de São Paulo em 2014.
Mas o próprio Caramello não pretende que essa comparação dure para sempre, demonstrando que tem outros artistas como inspiração, como os pintores Lucian Freud, Gustav Klimt e Egon Schiele.
Independentemente de suas referências, o artista andreense tem um estilo que o diferencia dos demais em alguns itens, como o material utilizado (mais resina e menos silicone), seu estudo (autodidata) e o próprio significado das obras (a vida e o presente).
Sendo hiper-realista, é natural que o resultado inicial de qualquer obra seja a contemplação, pela incontestável perfeição que o artista chegou com o material utilizado. Um dos motivos da não utilização constante do silicone como principal material.
Seu objetivo é que a pessoa não pare na primeira camada visual, mas absorva a profundidade de sua obra, muitas delas, inclusive, falando de dor, angustia e morte, processos que todos vão passar em algum momento.
Em seu primeiro trabalho, chamado Sozinho, mostra um pré-adolescente triste, usando uma capa do Batman, representando a infância e a dificuldade em assimilar as mudanças que vem passando.
Todas as obras de Giovani são, assim como seu autor, introspectivas. Acredito que essa característica ajuda ainda mais na reflexão que cada uma pode passar.
Veja mais algumas outras obras do autor: