Por dentro do processo de criação: pintura digital por Giselle Almeida

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Você já teve curiosidade de entender como funciona o processo de pintura digital?

Continuando a série “Por dentro do processo de criação”, convidamos a ilustradora Giselle Almeida para nos contar um pouco dos bastidores de um de seus trabalhos de ilustração e pintura digital.

Confira:

O início

Como na versão final da pintura a linha não vai aparecer, não me dei o trabalho de desenhar cuidadosamente todos os detalhes. Só tracei o posicionamento de cada personagem pra saber onde estariam eles.

O fluxo

O fluxo é bastante importante, porque define por onde os olhos do expectador vão passar. Esse acabou ficando um pouquinho confuso, mas transmitiu o que eu queria no final das contas, haha!

Hierarquia de Valores

Essa é a etapa mais importante: hierarquia de valores. Mais luz e contraste onde você quer chamar mais atenção, menos luz e menos contraste no que tiver menor importância. Isso não é uma regra absoluta.

Dá pra manipular os pretos e brancos de várias maneiras diferentes pra dar ênfase ao que você quer, mas no meu caso eu preferi essa opção. Tem muito mais meio tom e sombra na imagem toda porque a atmosfera da história é apocalíptica, só a parte do baile que tem mais luz.

Preparação para a pintura

Aqui eu pintei tudo sem dar zoom e sem detalhar, porque a massa gráfica geral precisa funcionar de longe.

Antes de começar a pintar, eu apliquei umas cores básicas usando uma camada por cima de tudo com o blending mode no “color”; e essa etapa eu separo um personagem por camada do Photoshop e uma só pro background.

Eu não estava gostando do cruzamento entre o braço do personagem com o movimento do cachorro pulando atrás, além de faltar uma conexão entre o homem moreno careca e o de branco, então mudei a pose dele.

Pintura

Aí então começa a pintura. Tirei algumas fotos de amigos posando pra ajudar a deixar os movimentos mais naturais.

É importante que a silhueta dos personagens possa ficar bem evidente e legível, então eu coloquei mais atmosfera entre eles pra que nenhum ficasse “grudado” no outro.

E também acendi uma luz de incêndio no canto inferior direito pra poder saltar aquele pedaço que estava meio morto. Nada muito claro, pra não chamar muita atenção, já que não era importante.

Como não queria investir mil dias pintando o monte de pessoas e esses monstros azuis, eu comecei de frente para trás. Os da frente eu trabalhei bem, pincelei mais, detalhei mais, com zoom mais próximo.

Os focos da imagem eram os personagens principais, por isso foram só eles que eu pintei com o zoom beeem perto (ainda assim, mais a parte do rosto do que o corpo). Isso é uma ótima forma de agilizar a pintura e de dar importância às áreas certas.

As áreas de mais luz não têm branco absoluto, e nas sombras mais escuras não têm preto, dificilmente essas duas cores são usadas, tem que equilibrar bem o alcance da luz e da sombra.

Então, por fim, apliquei um pouco de amarelo no meio tom da imagem (selective color > midtones > yellow) e pronto!

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Este artigo foi escrito por:
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Renato Souza

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