4 princípios básicos do design na diagramação

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O design é repleto de teorias agregadas e princípios. Alguns livros chegam a relatar mais de
cem! Mas tantos princípios assim desnorteiam os iniciantes, que às vezes não sabem por onde
começar e muito menos quando aplicar cada um deles.

Neste artigo eu vou te mostrar 4 princípios básicos do design na diagramação que vão servir como base para compreender os outros noventa e seis (brincadeira!).

1 – Contraste

Na minha opinião, este é o princípio mais forte de todos. Quando falamos sobre contraste, estamos nos referindo à diferença, mas não simplesmente por tornar diferente, sobretudo com as funções: atrair e fixar.

Em outras palavras, a função do contraste é atrair e fixar a atenção do leitor, intensificando os significados, com foco em trazer dinamismo ao layout.

 

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Neste princípio é descrito: se dois itens não forem exatamente os mesmos, diferencie-os completamente. E para que isso seja possível, precisamos conhecer as propriedades dos objetos, ou seja, o que podemos mudar neles para que produzam contrastes.

Propriedades são elementos intrínsecos ao objeto, configurações que não conseguimos remover deles, mas alterar. Exemplos de propriedades são: cor, tamanho, direção e forma.

Dois objetos contrastantes a partir de sua forma são circunferências e retângulos, por exemplo.

Tendo em vista o contraste a partir da cor, podemos usar o círculo cromático e aplicar uma harmonia complementar, que é a combinação que possui maior contraste de cor, atrás do branco e preto, que é o ápice de contraste que pode existir entre duas cores, não tem erro.

Não seja tímido na hora de criar contraste. Se o seu objetivo é criar um contraste para chamar atenção do leitor, capriche no nível, pois nas palavras de Robin Williams (a escritora não o ator): “para um contraste ser realmente eficaz, ele não pode ser tímido”.

2 – Alinhamento

A descrição deste princípio nos diz que nada deve ser colocado arbitrariamente numa página.

O objetivo principal do alinhamento é criar uma conexão entre os elementos do layout, comunicando diretamente com o princípio da proximidade.

 

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Quando trabalhamos com alinhamento, não necessariamente precisamos deixar objetos próximos para denotar alguma relação entre eles, mas é justamente este princípio que vai nos apontar que aqueles objetos distantes estão conectados por algo maior, e que existe coesão compositiva.

Existem três tipos básicos de alinhamento, e para melhorar nossa noção acerca deles, precisamos entender a mensagem que cada um passa, pois a linguagem não está explícita apenas no seu conteúdo, mas a forma também quer comunicar alguma coisa.

Alinhamento à esquerda

Este é o tipo de alinhamento é mais comum, simples e seguro. Ele é comum por ser reflexo do nosso fluxo de leitura ocidental, onde as palavras fluem da esquerda para a direita, de cima para baixo.

E é justamente essa mensagem que esse tipo de alinhamento passa: comum e seguro. Esse alinhamento pode ser conhecido também como irregular à direita, porque à medida que o texto possui uma linha bem definida do lado esquerdo, o seu lado direito fica irregular.

Alinhamento à direita

Este alinhamento é o oposto do anterior, logo, a mensagem que passa é algo disruptivo, muito usado para criar contraste de direção em legenda de imagens, levando em consideração que o parágrafo esteja alinhado à esquerda.

Da mesma forma como o anterior, o alinhamento à direita possui uma irregularidade, mas desta vez do lado esquerdo.

Alinhamento ao centro

Este tipo de alinhamento é bem comum para títulos e chamadas, e diferente dos dois anteriores, este tem irregularidade dos dois lados, tanto esquerdo quanto direito.

A mensagem que esse alinhamento passa é de requinte e formalidade, mas precisa ser usado com parcimônia, porque por vezes deixa o texto maçante. Esse tipo de alinhamento é muito usado em convites de casamentos e impressos de advogados.

Enquanto estiver estudando os tipos de alinhamento, é importante usar apenas um por layout, mesmo que seja possível aplicar tipos diferentes, tanto em textos como em objetos, primeiro precisamos incorporar a mensagem que cada alinhamento quer passar para depois sermos mais livres nas escolhas.

3 – Proximidade

Esse princípio se comunica com o princípio do alinhamento, isto porque, assim como o anterior, ele serve para conectar informações.

 

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Talvez você pense: “caraca, então quer dizer que quando trabalho com grids, eu aplico esses princípios de alguma forma?” E a resposta é sim.

As grids nos ajudam a segregar informações e agrupar as que são similares ou, junto a isso, deixamos claro a hierarquia visual, ou seja, apontar para o leitor onde começa e onde termina o layout.

Imagine essa lista de compras:

  • Salsicha
  • Sabonete
  • Cebola
  • Shampoo
  • Ketchup
  • Creme dental
  • Sabão em pó
  • Pimentão
  • Água sanitária
  • Tomate

Assim fica complicado de nos localizarmos. Agora imagine essa mesma lista dessa forma:

    • Higiene pessoal
      • Sabonete
      • Shampoo
      • Creme dental
    • Limpeza
      • Sabão em pó
      • Água sanitária
    • Cachorro-quente
      • Cebola
      • Tomate
      • Salsicha
      • Ketchup
      • Pimentão

Ficou bem melhor, não?

E este exemplo serve para que você entenda que existem várias formas de relacionar elementos.

Os dois primeiros grupos foram agrupados de uma forma que me ajuda a, quando chegar no mercado, passar por sessões e de cara encontrar tudo o que eu preciso, sem causar desgaste na busca dessa informação numa lista de 10 itens.

Já o terceiro agrupamento foi feito de acordo com o objetivo “fazer cachorro-quente”, onde não necessariamente todos os itens são encontrados na mesma sessão do supermercado, mas para que eu me lembre do objetivo deles.

4 – Repetição

O último princípio sobre o qual eu quero falar se comunica diretamente com a criação de unidade.

Bom, todos os princípios anteriores, de alguma forma, conotam coesão de informações, conexão de ideias, etc.

O princípio da repetição visa fortalecer a unidade, levando como máxima: algum aspecto do design deve repetir no material inteiro.

Chamaremos este elemento de elemento-chave, pois precisa ser algo facilmente identificável pelo leitor, ainda mais se for uma leitura com várias páginas.

Às vezes, os elementos repetidos não são exatamente os mesmos objetos, mas são interligados e relacionados de alguma forma em que sua conexão seja clara.

Um exemplo disso são formas geométricas, usar círculos, quadrados e triângulos pode criar uma identidade para o seu layout sem necessariamente focar em apenas um tipo de objeto. E claro, focar em apenas um objeto vai requerer de você um senso muito delicado, porque uma repetição descontrolada pode deixar a leitura maçante e enfadonha.

Conclusão

Todos estes princípios visam conexão de informações e coesão visual/textual. Em outras palavras, falamos sobre consistência.

O designer tem o papel tanto de criar o layout como prever quem irá ler. Apenas jogar as informações no espaço não configura um bom layout, todos sabemos disso, mas é necessário ter estratégias de diagramação que nos encaminhe à melhor disposição dos itens, e que isso gere maior interesse da parte do leitor.

Um bom exercício é a curiosidade. Consuma diferentes tipos de design, observe esses princípios aplicados na prática, reflita sobre a mensagem que o layout te passa, e faça suposições sobre a mensagem que realmente deveria passar.

O designer é essa figura que explora o mundo e faz apontamentos. Enquanto não consumirmos do mundo, não produziremos para ele com qualidade.

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Este artigo foi escrito por:
Picture of Éricles Batista
Éricles Batista

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